top of page

A 1ª APARIÇÃO DA HYDRA: DECLARAÇÃO DE GUERRA

6.png

RANK SS

LOS ANGELES, EUA

09/08/2021

Em uma tarde de verão, o sol brilhava intensamente sobre as ruas de Los Angeles. Pessoas vestidas com roupas de praia levavam sua rotina, andando nas calçadas sem preocupação alguma além de assuntos mundanos. Os pássaros voavam em bandos no céu, rasgando a atmosfera em rasantes esbeltos. Alguns Lowriders transitavam mansamente pela avenida central, com seus motoristas ostentando suspensões que faziam os veículos erguerem a dianteira. Eventualmente, um desses carros tunados largou até à frente, com as chamas de sua pintura chamando a atenção. Tudo parecia perfeitamente normal até aquele momento.

De súbito, uma toada ensurdecedora arquejou pelos ares, atraindo os olhares da multidão a esmo para algo que ocorria no céu. A uma altura de setecentos metros do solo, um vórtex gigantesco abria-se girando em tons de cinza avermelhado. Dessa anomalia espacial, uma aeronave gigantesca emergiu para fora, roubando a cena com um clangor de mental aterrorizante. Raios violetas se debatiam através da estrutura da nave, como se ela entrasse em atrito com o ambiente. A surpresa da ocorrência fez com que o caos se instala-se. O motorista do Lowrider com pintura de chamas cruzou o sinal vermelho e atingiu outro carro, o qual capotou e invadiu uma floricultura. Skatistas caíram da prancha com o choque de realidade, enquanto uma gritaria eufórica começava. Todos se perguntavam o que estava acontecendo.

De repente, um imenso telão começou a se formar a partir da aeronave, desdobrando-se magicamente por meio de uma tecnologia incomum. Desta feita, o televisor de milhares de polegadas acendeu com a imagem de uma mulher. A figura em questão tinha uma aparência jovial, aparentando vinte e poucos anos. Seus cabelos eram vermelhos e os fios lisos caiam em uma franja. Os olhos eram ambares como ouro. A pele era pálida e o rosto fino e delicado. Havia um sorriso cínico em sua boca, sem revelar os dentes com os lábios fechados. Então, essa pessoa riu timidamente, pondo-se a falar em seguida com uma voz eloquentemente doce:

— Os Estados Unidos da América se orgulham da Guerra ao Terror, mas isso não passa de uma mentira. O terror a que tanto se dedicam erradicar, nada mais é que uma peça teatral. Esta nação financia milícias e grupos rebeldes em prol de desmantelar os governos de outros países. A Guerra ao Terror é apenas uma mentira, pois seus reais interesses consistem em adquirir posse sobre terras do oriente médio, a fim de consolidar o regime capitalista em meio ao comunismo exacerbado na região. Tudo isso é uma busca estratégica por poder e riqueza. Foi assim com o Vietnã, o Afeganistão, o Iraque, a Síria... Os EUA plantam a guerra, e depois lutam farsadamente contra o terror que eles mesmos criaram. Mas isso acaba hoje. Já que vocês gostam tanto do terror, nós viemos trazer o verdadeiro terror até aqui. Curvem-se diante da Hydra, ou pereçam em seus túmulos de fogo. Abandonem toda a esperança, pois este é o começo de uma nova era. A era da Nova Ordem Mundial! — A voz feminina soou branda, todavia firme. Havia uma frieza incomum em seu olhar, com suas írises rutilantes fitando a tela.

O silêncio tomou conta da população. Havia helicópteros sobrevoando as proximidades do caos, transmitindo o discurso da jovem em tempo real para diferentes lugares do globo. Em todo o canto, as pessoas se mantiveram mudas por um momento, tentando assimilar as palavras daquela mulher. Mas antes que pudessem acreditar que o discurso jazia acabado, a garota emendou uma nova sentença, dizendo:

— Vá e acabe com tudo e todos. Isso é uma ordem. — O tom soou grave e sinistro.

Logo, um compartimento abriu-se de baixo da nave, oferecendo passagem para uma estranha figura. Tratava-se de uma menina, vestida em um traje elegante que realçava seus ombros nus, erguendo os pequenos seios pendurados. A parte de cima era justa ao corpo, ressaltando a cintura e o quadril, conectando-se a uma saia justa que se partia sobre as coxas. A jovem poderia se parecer bastante normal, não fosse o detalhe sobre sua cabeça: ela tinha uma cabeça preta em forma de dirigível, com várias nadadeiras nas extremidades, lembrando uma bomba atômica. Além disso, havia várias bananas de dinamite em ao redor do seu vestido, com fusíveis cobrindo seus braços como mangas. A menina caminhou até o bordo da nave, ficando à beira da zaga. Então, com uma voz fina e gentil, ela apenas disse:

— Sim, Mestra! — Logo depois, ela se precipitou à queda. Seu corpo caiu inerte, ganhando velocidade rapidamente até se tornar um borrão no céu. Quando a garota atingiu o solo, houve um clarão, seguido por uma explosão de fogo avassaladora. Com efeito, cinco quarteirões foram dizimados.

bottom of page