
ATAQUE TERRORISTA DA HYDRA

RANK SS+
TIMES SQUARE, EUA
10/10/2021
Em Nova York, na Times Square, a multidão de pessoas andava submersa no cotidiano. Os prédios ao redor da avenida mostravam diversos painéis de notícias, todos eles ligados ao mesmo assunto: guerra. A Hydra havia dominado praticamente todo o continente europeu, tendo como seus principais aliados países asiáticos como a Rússia, a China, a Coreia do Norte e o Irã. O mundo estava dividido em dois pólos, com as nações sobreviventes da Aliança do Atlântico e da América Latina integrando-se a uma só. Os repórteres falavam em transmissões ao vivo, noticiando em um looping infinito a transgressão do conflito mundial.
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É interessante perceber que mesmo com o apocalipse iminente, as pessoas continuavam a levar suas vidas a esmo. As ruas eram ocupadas por trabalhadores, comerciantes e outros pedestres, todos eles ocupados em manter a normalidade de suas vidas. De repente, todos os telões da Times Square mudaram, mostrando um homem jovem, relativamente alto e pálido, de constituição esbelta e um tanto magra, aparentando estar na faixa dos vinte anos. Com o cabelo longo e preto caindo em torno de sua cabeça, cobrindo-lhe o rosto com uma sombra, ele sorriu maliciosamente.
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Kai levantou a cabeça, revelando um par de olhos finos, de cor turquesa e pálpebras marejadas. Seu rosto sem dúvidas era o detalhe mais chamativo, possuindo manchas de pele roxa retorcida e enrugada, cobrindo grande parte de seu rosto e pescoço, passando por sua clavícula, abaixo de seus olhos. Estes pareciam estar presos ao resto da pele por meio de vários piercings e grampos. Subitamente, o trânsito parou e todos os pedestres ficaram a observar as telas da avenida. Logo, com uma voz grossa e áspera, o Vilão começou a falar:
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— Esse mundo precisa de uma nova reinicialização. Quando as coisas começam a dar errado, Deus vem e joga uma pedra. Ou cria um dilúvio. É justo acreditar nisso, tendo em vista todas as falhas da humanidade. Vocês têm a opção de se render agora, ou sucumbir à sua própria destruição. De uma forma ou de outra, existem aqueles que destroem, e aqueles que usam os escombros para criar algo. Esta é a nova ordem mundial. Rendam-se à Hydra, ou encarem as consequências! — Discursou, altivo, terminando com uma risada sádica.
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Um pedestre qualquer, que assistia à transmissão ao vivo, começou a rir sozinho, falando para as pessoas ao redor dele. “Que babaca! Quem ele pensa que é? Os Estados Unidos são impenetráveis. Não tem chance de eles peitarem o Tio Sam”. Assim que ele terminou a frase, uma pessoa passou correndo a seu lado, depressa, quase como um vulto, tocando bruscamente em seu ombro. Em seguida, o jovem começou a ter uma convulsão, cujo retorcia seus membros de forma bizarra, fazendo-o adquirir a expressão de um boneco, isto é, um manequim. Concomitante, o indivíduo tocou no ombro de uma pessoa à sua frente, que fez o mesmo com outra pessoa, e assim sucessivamente [...]
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Em pouco tempo, um exército de pessoas-boneco se movia pela avenida, tocando os ombros daqueles que estavam livres da maldição, trazendo-os para sua horda. O caos instalou-se subitamente, com os televisores voltando ao normal, mostrando os jornalistas e repórteres perplexos. Alguns deles superaram o choque, gritando diante das câmeras que aquele era um ataque da Hydra. — Salve-se quem puder! — gritou o repórter brasileiro em uma tela. — Save yourself if you can! — Disse outro profissional Americano, antes que um boneco invadisse o estúdio e trombasse violentamente contra ele. No ato seguinte, o repórter se levantou. Seu rosto havia mudado completamente, assumindo a aparência de um manequim.
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No Central Park, Kai encontrava-se sentado, dando migalhas de pão aos pombos em proximidade a um lago. Ele parecia bastante tranquilo, embora sádico, sabendo sobre tudo o que estava acontecendo. Finalmente havia começado. Embora ele estivesse convicto de que não existiriam chances de derrota, algo atiçava a sua curiosidade. Em breve, os defensores da humanidade haveriam de surgir para entretê-lo, a fim de tentar impedir o inevitável.
REGRAS

