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INVASÃO AO IMPÉRIO DOURADO

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RANK SS

PALATIAH

13/02/2021

DAGSHELGR (DIA SANTIFICADO)

Finalmente, é chegada a hora.

Do terror profundo e vazio da mente, a visão do fundo de um lago invadiu meus olhos; lá, vi a escuridão me palpar desejosa, turvando a mim mesmo, clamando por minha presença e minha vontade. Perante duas escolhas, preferi submergir daquele lago, escapando do afogamento da existência sem propósito; nadei contra aquele umbral profano, enxergando a luz do novo mundo acima de mim, me guiando ao propósito de minha própria consciência e existência, vislumbrando a mim mesmo novamente — verdadeiramente. Eu sou o Nomeador.

E então, submergi daquele lago profundo, tragando novamente o ar pútrido daquela terra; sorrindo ao aroma crescente da guerra e da revolução. Aquela seria minha terra.

As sombras densas e maculadas tremeluziram ao redor da Intoner, estimuladas perante o presságio da tormenta que estava por vir; estavam agitadas, ansiosas por destruição. O vento, antes calmo, irrompeu em um ciclone desesperado, agitando as madeixas loiras de minha aluna. Senti meu corpo ganhar forma novamente, surgindo através de seu reflexo sombrio descansado no chão, levantando como um vulto negro que dá novo significado a própria escuridão.

— Revolta, traição, ódio, guerra, caos… Liberdade. - Falei, praguejando o futuro com uma verdade absoluta após recitar seu nome verdadeiro. Paralelamente a cada palavra dita, o vulto dava lugar a minha forma real, se formatando e moldando até que meu corpo estivesse inteirado novamente naquele plano, saindo do ventre da intoner do plano espiritual. Usava vestes negras, preenchidas de símbolos em um tom mais escuro por todos os cantos, quase invisíveis; Em meus dedos da mão esquerda, anéis dourados preenchiam todos os espaços, enquanto na outra, outros 5 anéis distintos cintilavam, ornamentados pela própria dúvida; em cada anel ornamentado, um segundo residia logo abaixo: Um anel de ar, um de fogo, um de terra, um de água e outro de sombra. Eles moviam-se por conta própria, vivos em minha mão -em perfeito controle. Contra a luz, um cinturão lotado de “pedras preciosas” jazia exposto, luzindo incessante em um fluxo misterioso de energia latente, consciente.

Imóvel, era como Rose se encontrava a minha frente. A conexão que existia entre nós me permitiu possuir e enxergar todo o projeto que fora criado em prol de defender o Império; e estava ali, em minhas mãos. Sorri, a sensação que me tomou nesse momento causou-me arrepios. As defesas iriam protegeriam o império de possíveis invasões que viriam de fora, mas o que fariam, se o invasor já estivesse dentro? O que fariam se suas próprias defesas se revoltassem contra sua sujeira?

— Vakna (Despertem)— Um riso caótico e carregado pela vontade insaciável de destruição reverberou naquele local, e abaixo de nós, o solo tremeu ao iniciarmos, em uníssono, um réquiem… Destruição.

As estatuas em ouro se ergueram de seus altares, ganhando vida própria através da energia familiar que se estendeu por cada canto do Império; seus corpos se contorceram, ganhando forma definida, rostos. O dourado de seu ouro se modificou, lapidando e escurecendo conforme sua forma era originada com símbolos, “músculos” e expressões. Os passos pesados que elas davam para fora assustavam só pelo som estrondoso do material bruto ao se chocar contra o solo. O grito grosseiro e estridente que elas deram reverberou sobre todos os reinos a qual foram despertadas. Caos, revolta, traição… liberdade. Era um chamado, um eco da vontade de muitos outros além das muralhas; quem ouvisse aquele brado ensurdecedor saberia o que estava por vir; saberiam que aquilo era um convite de união, de revolta.

Em paralelo ao bramido ferrenho que tremeu tudo dentro e fora do império, ergui minhas mãos sobre os ombros de Rose; falei novamente seu nome verdadeiro, sussurrado em palavras dissonantes; senti seu corpo estremecer, e, então, ordenei através dela e sua conexão com o núcleo do império próximo a nós: Kverst (corte). Minha intenção era única, cortar a ligação com o império e o núcleo de todos os outros membros, menos Rose; assim, nenhum deles teria acesso às informações do Império assim como não teriam mais a conexão de domínio sobre o território. Senti o peso daquela ordem se aproximar rapidamente, então, conectei a energia do próprio núcleo como base e fonte de fortalecimento para o comando de corte de maneira incessante, assim, sendo mantido pela força intransigente que sustenta o próprio império, não mais sobre posse de nenhum outro membro além da verdadeira Serpente Perfeita, e, consequentemente, sobre minha posse também.

— Eldrvar, vinr Aiedail. (Queime, -título dado a um amigo- estrela da manhã). - Falei, sorrindo perante a presença da luz que nascia no rio que cruzava a cidade, observando o mapa refletido em frente a princesa.

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